A música brasileira perdeu nesta quinta-feira (1°) uma de suas maiores vozes: Nana Caymmi morreu aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A cantora estava internada desde agosto de 2024 na Casa de Saúde São José, em Botafogo, Zona Sul da cidade, onde tratava uma arritmia cardíaca. Ela passou por um procedimento de cateterismo e recebeu um marcapasso, mas enfrentava complicações há nove meses.
Nana era filha do lendário violonista e compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Nascida Dinahir Tostes Caymmi, em abril de 1941, ela teve uma trajetória marcada por intensidade artística e emoção. Seu irmão, Dori Caymmi, lamentou a perda: “O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o país já viu. Estamos todos muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro do hospital”.
A carreira de Nana começou cedo. Aos 19 anos, casou-se com o médico venezuelano Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve duas filhas. Na mesma época, gravou “Acalanto”, composta por seu pai, e lançou seu primeiro disco solo em 1960. Viveu por quatro anos em Caracas, na Venezuela, antes de retornar ao Brasil com as filhas e grávida do terceiro filho, João Gilberto.
Em 1966, consagrou-se ao vencer o Festival Internacional da Canção com “Saveiros”, de Dori Caymmi e Nelson Motta. No ano seguinte, apresentou a canção “Bom Dia” ao lado de Gilberto Gil, então seu marido, no Festival de Música Brasileira da TV Record. Após o fim do casamento, teve um relacionamento com João Donato e, na década de 1970, fez turnês com o irmão Dori pelo Uruguai e Argentina.
Com uma carreira de mais de 50 anos, Nana interpretou grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim, Milton Nascimento e Vinicius de Moraes, e lançou mais de 50 álbuns. Em 1998, recebeu um Disco de Ouro pela canção “Resposta ao Tempo”, tema de abertura da série Hilda Furacão, da TV Globo.
Por: Redação Caririensi