Diretor do Hospital Regional do Cariri fala em coletiva de imprensa sobre capacidade esgotada do hospital e soluções conjuntas com a prefeitura de Juazeiro do Norte

Em uma coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira, dia 07, o diretor do Hospital Regional do Cariri, Dr. Giovani Sampaio, expôs a crítica situação enfrentada pela unidade hospitalar, que atualmente opera com sua capacidade esgotada. Segundo o diretor, todas as UTIs e leitos de internação estão ocupados, a sala de reanimação — projetada para três pacientes — abriga nove, e até a área destinada a pequenas cirurgias está sobrecarregada.

“É de suma importância que a população entenda o nosso funcionamento e o momento que estamos passando. O hospital está completamente lotado. Não temos para onde transferir pacientes com alta. Os apartamentos estão lotados”, afirmou Dr. Giovani. Ele acrescentou que, devido à superlotação, o hospital foi forçado a suspender algumas cirurgias de alta complexidade.

O diretor também criticou a ausência de estrutura hospitalar no município de Juazeiro do Norte, que, mesmo sendo o maior da região, não dispõe de um único leito de UTI municipal. Cidades menores como Aurora e Brejo Santo possuem 10 e 25 leitos de UTI, respectivamente. “Juazeiro do Norte representa 20% a 25% da população atendida pelo hospital regional, mas seus pacientes correspondem a mais de 70% dos atendimentos de emergência”, destacou.

Em 2024, o Hospital Regional do Cariri realizou 35.250 atendimentos de emergência, dos quais 25.086 foram de pacientes de Juazeiro do Norte, seguido por Crato (1.696), Barbalha (835), Caririaçu (595) e Missão Velha (359). No primeiro trimestre de 2025, os números mantêm a mesma proporção: 6.110 dos 8.348 atendimentos emergenciais foram de juazeirenses.

Durante a coletiva, Dr. Giovani esteve acompanhado de coordenadores das áreas de cirurgia, UTI, laboratório, farmácia, fisioterapia e enfermagem, reforçando que as decisões do hospital são tomadas coletivamente e com transparência. Ele propôs uma reunião urgente entre a Prefeitura de Juazeiro do Norte, o Ministério Público, a Secretaria Estadual de Saúde e a direção do hospital, para discutir soluções concretas e divisão de responsabilidades.

“Não é uma disputa. Precisamos de união. Estamos abertos ao diálogo e prontos para colaborar com todos os entes envolvidos”, declarou. Segundo ele, o hospital não pode continuar absorvendo casos que deveriam ser tratados na atenção primária ou secundária. “Estamos atendendo pacientes com gripe, gastroenterite, febre e vômito. Essas condições podem ser tratadas em postos de saúde”, completou.

Apesar da sobrecarga, o hospital vem ampliando sua capacidade técnica: implantou a primeira residência de anestesiologia do interior do estado, realiza cirurgias neurológicas de alta complexidade e se prepara para iniciar procedimentos pioneiros, como cirurgias de paratireoides e, futuramente, transplantes renais e hepáticos.

O diretor também relatou casos frequentes de crianças atendidas na emergência do hospital, incluindo procedimentos delicados como reanimações e retirada de corpos estranhos, mesmo sem a estrutura ideal para pacientes pediátricos.

 

Por: Redação Caririensi

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