Ludhmila Hajjar diz que não aceitou convite de Bolsonaro para Ministério da Saúde
Médica, que era a mais cotada para assumir a pasta no lugar de Eduardo Pazuello, tem discurso contrário ao negacionismo do presidente, mas encontrava respaldo entre parlamentares do Centrão, que apoia o governo. Reprodução A médica Ludhmila Rajjar disse nesta segunda-feira (15) que não aceitou o convite para assumir o Ministério da Saúde. “Não aceitei”, disse a médica em mensagem de texto. O nome da médica encontrava respaldo entre parlamentares e integrantes do Supremo Tribunal Federal. No domingo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Lira disse numa rede social que o enfrentamento da pandemia “exige competência técnica” e “capacidade de diálogo político” e que enxerga essas qualidades em Ludhmila. Ludhmila, que se encontrou com Bolsonaro no domingo (14) em Brasília, voltará ainda nesta segunda para São Paulo, onde ela é supervisora da área de Cardio-Oncologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. No entanto, após a revelação pelo blog de que ela era a principal cotada para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, a médica passou a ser alvo de ataques das redes bolsonaristas. Ela defende isolamento social e já disse que não existe tratamento precoce contra a Covid, por exemplo. Ou seja: vai na contramão do negacionismo do governo. Outros cotados O governo cogita outros nomes para o cargo de Pazuello, como o médico Marcelo Queiroga. Ele já foi indicado para a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar e aguarda a sabatina pelo Senado. Pazuello sob pressão Deputados do Centrão, grupo de partidos da base aliada do governo na Câmara, têm pressionado pela saída de Pazuello. A atuação do ministro é criticada em razão do agravamento da crise sanitária no país causada pela pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (10), mesmo dia em que o Brasil atingiu número recorde de mortes em 24 horas, com 2.349 vidas perdidas, o ministro divulgou um vídeo em que reduzia novamente a previsão de doses de vacinas a serem entregues em março. No mesmo vídeo, afirmou que o sistema de saúde brasileiro “não colapsou, nem vai colapsar”. Bolsonaro também foi aconselhado a trocar Pazuello diante da volta do ex-presidente Lula ao cenário eleitoral. Além disso, integrantes do governo acreditam que a saída do ministro pode desacelerar a investigação contra ele por suposta omissão na crise sanitária no Amazonas, onde a falta de oxigênio levou à morte de dezenas de pacientes no início do ano. Essa avaliação também é compartilhada por ministros do STF, onde tramita a apuração. Mesmo a decisão do relator do inquérito, Ricardo Lewandowski, de enviar o processo para a 1ª instância por conta da saída de Pazuello do ministério pode demorar, aposta o Planalto. G1
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