Tarifaço imposto por Trump começa a valer nesta quarta-feira (6); os efeitos poderão ser sentidos no câmbio e na inflação

Nesta quarta-feira (6), entraram em vigor as barreiras tarifárias impostas ao Brasil pelos EUA, e os efeitos já podem ser sentidos. Segundo especialistas, a iniciativa do presidente Donald Trump de isentar cerca de 700 produtos do tarifaço ameniza, mas não resolve, os efeitos negativos das sobretaxas no câmbio e na inflação.

A Casa Branca isentou alguns produtos para preservar alguns setores estratégicos do mercado americano. Os principais produtos brasileiros da lista são o suco de laranja e as aeronaves. Sozinhos, os itens isentos representam 44,6% das exportações brasileiras aos EUA.

Os 8,3 mil produtos restantes, por sua vez, equivalem a 55,4% do saldo de compras e vendas entre os países. Alguns representantes do grupo são os setores de café, calçados, carne bovina e tecelagem, que devem sofrer com variações nos preços devido à mudança de público consumidor. Sem compradores estrangeiros os produtos precisam ser vendidos para a população local.

Na prática, sem forasteiros disputando a aquisição dessas mercadorias, o preço praticado pelos comerciantes brasileiros tende a cair, acompanhando a diminuição na demanda. O site Terra entrevistou Juliana Inhasz, coordenadora do curso de economia do Insper, ela explica como as taxas de importação deixarão os produtos nacionais mais baratos e os importados mais caros para os brasileiros.

Alguns produtos que deixarão de ser exportados serão absorvidos pelo mercado interno, o que deve derrubar seus preços. Mas os importados devem ver um aumento devido a inflação e a desvalorização da moeda”, afirma.

A expectativa, para ela, é que, além do encarecimento de alguns produtos devido às novas taxas, o nível geral de preços (Inflação) deve se elevar em razão de uma possível alta do dólar.

Inhasz acredita que o câmbio deve ser penalizado pela reconfiguração da balança comercial porque a quantidade de moeda a entrar e circular no Brasil será menor. Mas, além disso, também pesam fatores mais subjetivos, como as expectativas do mercado e as reações dos investidores estrangeiros às decisões do governo.

Num primeiro momento, o tarifaço mexe com as expectativas das pessoas. Com os primeiros anúncios, o medo era de que o câmbio e a inflação subissem com o aumento das incertezas e dos riscos”, conta. Hoje, porém, a percepção comum é a de que o tarifaço possa trazer uma diminuição da competitividade brasileira. “Isso pode levar a uma escalada do desemprego, queda na produtividade e na eficiência das operações”, conclui a especialista.

Por: Redação Caririensi

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