Polícia Federal abre inquérito para investigar se Bolsonaro prevaricou no caso Covaxin

Irmãos Miranda afirmam que alertaram Bolsonaro sobre pressão atípica e irregularidades na compra do imunizante


Reprodução Redes Sociais

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito, nesta segunda-feira (12), para investigar se o presidente Jair Bolsonaro prevaricou nas negociações para compra da vacina contra Covid-19 Covaxin, sob suspeitas de irregularidades. 
A investigação foi solicitada pela Procuradoria Geral da República, após três senadores entrarem com notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o caso será conduzido pelo Serviço de Inquérito (Sinq) da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, setor de apurações envolvendo pessoas com foro privilegiado. 
As suspeitas de corrupção na compra da Covaxin se intensificaram após depoimento do servidor público Luís Ricardo Miranda ao Ministério Público Federal (MPF). No relato, dado em 31 de março, o servidor do Ministério da Saúde afirmou ter sofrido “pressão atípica” para que os trâmites da compra fossem acelerados na Pasta.
Assim, tanto o servidor quanto o irmão dele, o deputado federal Luís Miranda (DEM), foram ouvidos pelos senadores em 25 de junho na CPI da Covid. O Ministério Público abriu investigação criminal sobre a compra. 
No depoimento, os irmãos disseram ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acerca das irregularidades. O presidente, além de ter dito que acionaria a Polícia Federal (PF), conforme o depoimento, teria relacionado o assunto ao deputado Ricardo Barros (PP), líder do Governo Federal na Câmara dos Deputados.
Ricardo Barros, inclusive, apresentou emenda a uma Medida Provisória (MP) que facilitava a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O parlamentar negou envolvimento na negociação.
Em meio às polêmicas, o Ministério da Saúde decidiu suspender a compra da Covaxin, em 29 de junho. O processo de aquisição deste imunizante foi o mais célere durante toda a pandemia, além do valor negociado também ter sido o mais caro dentre todas as vacinas já compradas até então.

Reprodução/Diário do Nordeste

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