Anomalia no campo magnético da Terra aumenta o equivalente a metade da Europa

Uma grande anomalia no campo magnético da Terra está se expandindo e se tornando mais complexa, segundo dados recentes de satélites europeus que monitoram o planeta. A chamada Anomalia do Atlântico Sul, que se estende entre a América do Sul e a África, aumentou em uma área equivalente a aproximadamente metade do tamanho da Europa nos últimos 11 anos, enquanto o campo magnético da região perde intensidade.

A Anomalia do Atlântico Sul existe há cerca de 11 milhões de anos, mas foi apenas com o início da era espacial que passou a representar um risco para satélites e espaçonaves. A pesquisa, publicada na revista Physics of the Earth and Planetary Interiors em 18 de setembro, indica que o núcleo externo da Terra, formado por um oceano de ferro fundido responsável por gerar o campo magnético, é muito mais dinâmico e instável do que se imaginava.

A Anomalia do Atlântico Sul não é apenas um bloco único. Ela está mudando de forma diferente em direção à África do que próximo à América do Sul. Há algo especial acontecendo nessa região que está fazendo com que o campo se enfraqueça de maneira mais intensa”, afirma o autor principal do estudo Chris Finlay, professor de Geomagnetismo na Universidade Técnica da Dinamarca, em comunicado.

O campo magnético da Terra ajuda a bloquear partículas carregadas provenientes do Sol, que podem bombardear satélites ou até a Estação Espacial Internacional com radiação prejudicial. Quando essas espaçonaves passam sobre a Anomalia do Atlântico Sul, a barreira protetora da Terra fica mais fraca, permitindo que mais radiação atinja os equipamentos.

Abaixo da Anomalia do Atlântico Sul, observamos áreas inesperadas onde o campo magnético, em vez de sair do núcleo, volta para dentro dele. Graças aos dados do Swarm, podemos ver uma dessas áreas se movendo para oeste, sobre a África, o que contribui para o enfraquecimento da Anomalia nessa região”, explicou Finlay.

Por: Redação Caririensi

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