A pacata Altaneira, no Cariri cearense, mal se recuperou de uma eleição e já vive novamente o clima quente da disputa política. A cada esquina, um comentário; em cada grupo de WhatsApp, uma aposta. O cenário, no entanto, parece repetir velhos enredos — com três nomes tentando se colocar como “a salvação” da cidade.
De um lado, a atual prefeita Késia Alcântara, que governa sob a sombra de AIJEs que ainda aguardam julgamento e podem resultar em cassação e inelegibilidade. Além do risco jurídico, Késia enfrenta crises internas na gestão, críticas por promessas não cumpridas e um distanciamento cada vez maior da população que, há pouco tempo, acreditou em renovação.
Do outro, o ex-prefeito Dariomar Rodrigues, que tenta voltar ao poder como se o eleitor tivesse esquecido os desgastes e denúncias acumulados ao longo de sua administração. Sua volta soa mais como insistência do que como alternativa — um retorno ao passado que o povo parece já ter superado.
E há ainda o empresário Sérgio Alencar, irmão do prefeito de Potengi, que se inspira no sucesso familiar para tentar conquistar o comando de Altaneira. Mas, ao que tudo indica, traz mais dinheiro que carisma. Sua pré-campanha, marcada por ostentação e promessas de investimentos, esquece um detalhe importante: em Altaneira, o voto não se compra com cifras, mas se conquista com confiança.
No fim das contas, a pequena Altaneira parece, sim, dividida — não em três poderes, mas em três apostas incertas. A população, cansada de escândalos, brigas e discursos ensaiados, espera alguém que governe não com ego, mas com vocação e atitude. Porque o verdadeiro poder, em uma cidade pequena, não está no cargo — está no povo.
Por: Redação Caririensi