Ex-prefeito de Barbalha admite falha em doação de terrenos e tenta minimizar responsabilidade

O ex-prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio, reconheceu publicamente que houve um problema na doação de terrenos do loteamento Antônio e Naldo de Sá Barreto, área que recentemente foi alvo de embargos pela prefeitura e gerou protestos com queima de pneus na Avenida Leão Sampaio. Apesar de admitir a falha, o ex-gestor tentou minimizar o caso, afirmando que “o que importa é a posse” e que a situação “poderia ter sido resolvida de outra forma”.

Em entrevista à imprensa, Argemiro alegou que o trâmite de regularização não foi concluído por conta de “problemas na hora da doação”, acrescentando que o repasse dos terrenos “poderia ser feito a qualquer momento”. O ex-prefeito afirmou ainda que “não quer saber o que está errado”, sugerindo que o processo poderia ser resolvido independentemente das irregularidades constatadas.

A polêmica ganhou força depois que o atual prefeito Guilherme Saraiva (PT) apresentou documentos de cartório comprovando que a área não possui registro de loteamento. Segundo Saraiva, as demolições realizadas pela prefeitura ocorreram apenas em construções irregulares e sem moradores, em fase inicial. O gestor também acusou Argemiro de ter enganado famílias ao prometer terrenos sem a documentação necessária.

Ao tentar justificar-se, Argemiro citou a pandemia da Covid-19 e o período eleitoral de 2020 como fatores que teriam impedido a formalização das doações. “Tive eleições, quando não podia passar terreno em ano eleitoral. Perdi a eleição, e em 2021 veio outra administração. Agora quem está discutindo é quem não passou o terreno ainda”, afirmou.

Em tom de descaso, o ex-prefeito chegou a dizer que o problema poderia ser resolvido “a qualquer momento”, bastando que a prefeitura atual adotasse um novo procedimento de regularização. “Entra com adjudicação compulsória, coloca o terreno no nome da prefeitura, regulariza e dá mais três anos para o pessoal construir, já que o prefeito atual embargou”, sugeriu.

A postura do ex-gestor, marcada por tentativas de transferir a responsabilidade e minimizar as falhas administrativas, tem sido alvo de críticas entre os moradores e lideranças locais, que cobram transparência e seriedade no trato com o patrimônio público e com as famílias afetadas pela irregularidade.

Por: Redação Caririensi

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