O Hospital Municipal de Jardim voltou a ser alvo de denúncias e fiscalização após novas constatações de condições precárias em sua estrutura física e funcionamento. Na manhã da última segunda-feira, dia 10, representantes do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE), acompanhados pelo Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado do Ceará (Sindsaúde), realizaram uma vistoria na unidade hospitalar em resposta a diversas denúncias de insalubridade e risco à saúde de pacientes e profissionais.
A inspeção confirmou um cenário de paredes descascadas, infiltrações, equipamentos enferrujados e acúmulo de mofo foram apenas alguns dos problemas observados. O ambiente foi classificado como inadequado e perigoso, em uma unidade que deveria ser um espaço de cuidado e segurança.
De acordo com nota divulgada pelo Sindsaúde, as denúncias vêm sendo feitas há bastante tempo, mas as autoridades responsáveis têm falhado em tomar providências eficazes. “Os trabalhadores e a população estão expostos a riscos diários em um ambiente que deveria prezar pela saúde e segurança de todos”, alertou a entidade.
Diante da gravidade das irregularidades, o Coren-CE notificou oficialmente a direção do hospital e abriu um processo administrativo. Além disso, foi encaminhada uma denúncia ao Ministério Público, solicitando a responsabilização dos gestores municipais pela situação crítica da unidade de saúde.
Vereadores também denunciam: “Ratazanas, mofo e descaso”
A crise na saúde pública de Jardim já vinha sendo denunciada por parlamentares locais. Na semana anterior, os vereadores Zé Laurentino Filho (PDT) e Sérgio Luciano (PDT) realizaram uma fiscalização surpresa na unidade após a divulgação de um vídeo nas redes sociais que mostrava uma ratazana de grande porte circulando pelas dependências do hospital.
Durante a visita, os parlamentares constataram a ausência de documentos obrigatórios como o alvará de funcionamento e o certificado de dedetização. Além disso, encontraram lixo hospitalar descartado de forma irregular, materiais contaminados armazenados inadequadamente e ambientes como a ala pediátrica completamente tomados por mofo.
“Imagina uma criança com problema respiratório sendo atendida num lugar onde as paredes estão cobertas de mofo. Isso é inadmissível”, criticou o vereador Zé Laurentino, que prometeu acionar a Vigilância Sanitária e o Ministério Público caso a direção não apresente os documentos exigidos até o dia 14.
O banheiro da unidade foi descrito como “um calabouço” pelo vereador, que classificou a situação como desumana e inaceitável. “A saúde deveria ser prioridade, mas o que vimos aqui é o retrato do abandono”, completou.
Por: Redação Caririensi
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