O Ceará, em 2024, enfrenta um cenário preocupante em relação à sua média salarial. Com uma média de R$ 2.071 por mês, o estado ocupa a segunda posição entre as piores remunerações do Brasil, ficando bem abaixo da média nacional, que é de R$ 3.225. O quadro é ainda mais alarmante quando se observa que estados com menor desenvolvimento econômico também apresentam salários mais elevados.
A pesquisa da PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, mostra que a desigualdade educacional e a elevada taxa de informalidade no trabalho são fatores chave para esse panorama. De acordo com João Mário de França, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do FGV IBRE, um dado relevante para entender essa realidade é o alto índice de analfabetismo funcional no estado.
“Cerca de 41% da população cearense com mais de 25 anos não concluiu o ensino fundamental, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho formal e em cargos com melhores remunerações”, revela o especialista.
Esse quadro reflete as dificuldades históricas enfrentadas pelos estados do Norte e Nordeste, que, ao longo dos anos, apresentam um dinamismo econômico abaixo da média nacional e indicadores educacionais aquém do necessário para um desenvolvimento sustentável. Mesmo com esforços do governo cearense para melhorar a educação, como a expansão de escolas em tempo integral e escolas profissionais, o impacto dessas iniciativas ainda é limitado.
Por: Redação Caririensi
