Após três anos de estabilidade, o Ceará registrou um aumento significativo de 10,2% nas mortes violentas em 2024. Dados consolidados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apontam que o Estado contabilizou 3.272 vítimas ao longo do ano, número que supera os 2.970 casos registrados tanto em 2022 quanto em 2023.
O aumento nas estatísticas, que envolvem homicídios dolosos, latrocínios, feminicídios e outros crimes letais, marca o fim de um período de redução iniciado em 2021, quando houve queda de 18,3% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs).
Apesar do aumento geral no ano, o segundo semestre trouxe sinais de uma reversão parcial dessa tendência. A mudança ocorreu em meio à troca de comando na SSPDS: em junho, Roberto Sá assumiu o posto de secretário, sucedendo Samuel Elânio.
“Foi um ano desafiador, mas conseguimos frear a tendência de crescimento dos CVLIs no segundo semestre. Observamos uma redução de 1,6% no período, com destaque para a Região Metropolitana, onde houve queda de 22% nos índices de violência”, afirmou Sá.
O desempenho no segundo semestre foi puxado por uma redução expressiva em Fortaleza (-3,6%) e na Região Metropolitana (-21,9%). Esses números contrastam com os dados do primeiro semestre, que apresentaram alta nos homicídios e outros crimes letais.
Especialistas apontam que o aumento de mortes violentas no ano reflete fatores como disputas territoriais entre facções criminosas e desafios no policiamento preventivo, agravados por desigualdades sociais e econômicas.
O aumento dos índices reacende o debate sobre a segurança pública no Ceará. Para 2025, a SSPDS promete intensificar as ações integradas entre forças policiais e investir em inteligência para antecipar movimentos de grupos criminosos.
“Reduzir os CVLIs é prioridade. Estamos comprometidos em seguir com o trabalho de recuperação iniciado no segundo semestre e expandir os esforços para todo o Estado”, garantiu Roberto Sá.
Por: Redação Caririensi