O Brasil registrou, em 2023, os menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8,7 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza entre 2022 e 2023, e 3,1 milhões deixaram a extrema pobreza no mesmo período.
Mesmo com os avanços, 59 milhões de brasileiros ainda vivem abaixo da linha da pobreza, definida pelo Banco Mundial como uma renda inferior a US$ 6,85 por dia (aproximadamente R$ 665 mensais). Já a extrema pobreza, com renda diária de até US$ 2,15 (R$ 209 por mês), ainda afeta 9,5 milhões de pessoas.
Os dados mostram uma redução significativa em termos proporcionais: a pobreza caiu de 31,6% para 27,4% da população, enquanto a extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%. Esses resultados refletem um mercado de trabalho mais aquecido e a ampliação de benefícios sociais.
“As políticas de transferência de renda têm grande impacto na redução da extrema pobreza, enquanto o combate à pobreza mais ampla está ligado ao aumento da empregabilidade e renda”, destaca a pesquisa.
Desigualdades Regionais e Sociais
Embora os números gerais sejam positivos, persistem grandes disparidades regionais, de gênero e cor.
Regiões: O Nordeste e o Norte têm os maiores índices de pobreza (47,2% e 38,5%, respectivamente) e extrema pobreza (9,1% e 6%). Por outro lado, o Sul apresenta os menores percentuais: 14,8% da população vive na pobreza e apenas 1,7% na extrema pobreza.
Gênero: Mulheres são mais afetadas que homens tanto na pobreza (28,4% contra 26,3%) quanto na extrema pobreza (4,5% contra 4,3%).
Raça: Pessoas pardas (35,5%) e pretas (30,8%) enfrentam taxas mais altas de pobreza em comparação às brancas (17,7%). Na extrema pobreza, 6% das pessoas pardas e 4,7% das pretas vivem nessa condição, contra 2,6% das brancas.
Faixa etária
A pobreza é mais severa entre crianças e adolescentes de até 14 anos, com 44,8% vivendo abaixo da linha da pobreza e 7,3% na extrema pobreza. Em contraste, idosos têm os menores índices: 11,3% em condição de pobreza e 2% em extrema pobreza.
Inclusão digital
O levantamento também destaca o avanço do acesso à internet no Brasil, que passou de 68,9% em 2016 para 92,9% dos domicílios em 2023. O salto foi ainda mais expressivo entre os mais vulneráveis: na extrema pobreza, o acesso cresceu de 34,7% para 81,8%, uma alta de 47,1 pontos percentuais.
Por: Redação Caririensi