Dados obtidos na delação premiada de Ronnie Lessa indicam possível envolvimento do conselheiro na execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes
Na última terça-feira, informações emergiram da delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontando o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, como suposto mandante do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Lessa, considerado autor dos disparos, está preso desde 2019 e foi expulso da Polícia Militar em fevereiro de 2023.
A revelação, inicialmente divulgada pelo The Intercept e ICL Notícias, destaca que Brazão, por possuir foro privilegiado, pode ser julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As alegações apresentadas por Lessa ainda aguardam homologação pelo STJ, que está sob responsabilidade do ministro cearense Raul Araújo.
O inquérito, que inicialmente estava na Justiça do Rio de Janeiro, foi transferido para o STJ em outubro do ano passado devido a novas suspeitas envolvendo Domingos Brazão no crime. O foro privilegiado do conselheiro justifica a prerrogativa de ser julgado no STJ.
A delação premiada, um instrumento legal que concede benefícios ao réu em troca de informações cruciais para a resolução de crimes, também envolveu o ex-policial Élcio de Queiroz, que confessou ser o motorista do veículo utilizado na emboscada contra Marielle. Élcio, em sua colaboração, implicou Domingos Brazão no planejamento do crime.
Domingos Brazão, que já havia sido investigado anteriormente em uma operação da Polícia Federal, não teve provas concretas encontradas contra ele na ocasião. As informações provenientes da delação de Lessa serão agora analisadas pelos agentes federais do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), responsáveis pela elucidação de casos complexos.
O delegado Leandro Almada, encarregado do caso Marielle e Anderson Gomes, recebeu a incumbência do então ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula (PT). O Grupo Especial de Investigações Sensíveis passou a conduzir a investigação devido à complexidade do caso.
A delação de Lessa, que também envolveu Élcio de Queiroz, destaca a participação de Domingos Brazão no crime. Agora, a expectativa está na homologação da delação pelo STJ e na análise cuidadosa das informações pelos agentes federais.
Por: Redação Caririensi