POBREZA E SAÚDE NO CEARÁ – UM DESAFIO PARA O PODER PÚBLICO(OPINIÃO)

Imagem: Reprodução/ Redes Sociais 
Por Íres Tavares
Simultâneo ao lançamento do programa Ceará sem Fome, o governador Elmano de Freitas lançou o edital de seleção das unidades de saúde, por meio de chamamento público, com objetivo de selecionar 70 unidades de saúde, entre elas clinicas habilitadas para realizar cirurgia de catarata, hospitais-polo e unidades estratégicas. Um verdadeiro mutirão que garantirá agilidade e resolutividade da fila de cirurgias eletivas concebida no Sistema Único de Saúde (SUS), importante ressaltar que são 60 mil cearenses que aguardam por atendimento. O plano estadual foi estruturado e desenvolvido no primeiro mês do ano um da gestão da secretária da saúde, Sra. Tania Mara e demais técnicos/as e profissionais da SESA, que se dedicaram na realização de um estudo detalhado no sentido de incluir todas as regiões do estado do Ceará que apresentam a demanda de cirurgias eletivas e que possam ser atendidos o mais próximo possível do seu domicilio.
Para além das cirurgias, o mutirão também prevê a realização de exames complementares e consultas especializadas. Segundo o mapeamento da SESA, apresenta quais as principais demandas de procedimentos cadastrados no sistema de saúde do estado: remoção de vesícula, implante de prótese no joelho, cirurgia de correção das mamas, remoção de cálculos renais e cirurgias de catarata.
É louvável a urgência em que o governo do estado se coloca como articulador e prontamente arregimenta a parceria com o Ministério da Saúde, como também cria as condições necessárias para a resolução de um problema que maltrata e causa tanto sofrimento para as pessoas que estão nessa fila de espera por um longo tempo. É sabido que a fome não é só a falta do alimento.
A pobreza, segundo o estudioso Amartya Sen, não significa viver abaixo de uma linha de pobreza – por exemplo, auferir um rendimento igual ou inferior a US$2 por dia. A pobreza implica em um nível de rendimento insuficiente para desenvolver determinadas funções básicas, levando em conta as circunstâncias e requisitos sociais circundantes, sem esquecer a interconexão de muitos fatores. É fundamental que se compreenda os fatores e a dimensão da pobreza como elos interligados e presentes por meio da negação dos direitos básicos, como o acesso ao alimento, a terra, a saúde, a educação, a moradia, ao saneamento, a vida digna e de qualidade, ao ambiente inteiro e saudável.
As relações entre pobreza e saúde no Brasil fazem parte de uma perspectiva histórica, cuja abordagem nos desafia a pensar que para promover saúde, é preciso enfrentar a pobreza. O governador Elmano de Freitas sinaliza para a sociedade cearense, com políticas públicas desenhadas nesse contexto de maturidade que trata dos seguimentos sociais de maior vulnerabilidade. Salve!

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