Promotora diz que grupo analisa com cuidado o inquérito policial
Após a Polícia Civil identificar suspeito de assassinar a facadas a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, há pouco mais de seis anos, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o Ministério Público Estadual (MPPE) pediu a realização de novas perícias complementares. A informação foi repassada pela promotora Ângela Cruz, coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial (Gace), que acompanha o caso.
A promotora ressaltou ainda que o Gace está analisando minuciosamente os 24 volumes do inquérito policial a fim de compreender não apenas o crime, mas também as circunstâncias relacionadas, com base em evidências científicas robustas que permitam a realização da persecução penal e uma eventual condenação perante o Tribunal do Júri.
“O Ministério Público está devolvendo o inquérito à Polícia Civil para que sejam juntadas mais informações. Sabemos que a polícia fará o trabalho requisitado de forma responsável, com foco na apuração dos fatos. E ao receber o relatório final da investigação, o MPPE vai analisar o inquérito e apresentar, no tempo devido, a sua manifestação”, destacou Ângela Cruz.
Detalhes do crime
Em uma coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), na área central do Recife, o secretário Humberto Freire, titular da pasta, afirmou que a garota recebeu dez golpes de faca, não 42 como amplamente divulgado desde a época do crime.
Ainda de acordo com Freire, na verdade houve 42 fotografias dos ferimentos no corpo de Beatriz. “O laudo, normalmente, tem várias imagens da mesma lesão para poder ilustrar melhor. Mas o laudo indica dez ferimentos a faca, que a levaram a óbito”, pontuou.
O gestor disse também que o homem apontado como autor das facadas que matou a menina agiu sozinho e sem mandante.
Embora a polícia não tenha divulgado a identidade do suspeito, segundo o portal G1, ele chama-se Marcelo da Silva, de 40 anos. Ele já estava preso em Salgueiro, no Sertão do Estado.
Motivação do crime
O secretário também informou o que motivou o crime. Segundo ele, o homem apontado como suspeito do homicídio, desferiu as facadas na menina Beatriz após ela ter se desesperado ao se deparar com o assassino.
“Temos a motivação alegada, se coadunando com a dinâmica dos fatos. Quando teve contato, a vítima se desesperou e foi silenciada pelo criminoso, com golpes de faca”, contou Freire, contudo, sem explicar o contexto que teria feito a criança se desesperar.
“A escolha da vítima foi ao acaso, e, por conta do desespero dela, ele decidiu silenciá-la”, disse Freire em outro momento.
O secretário disse ainda que o suspeito tem histórico de violência sexual contra crianças. Apesar disso, o gestor ressaltou que as investigações não apontaram indícios de violência sexual contra Beatriz.
Assim, não ficou completamente claro em que circunstâncias se deu o contato entre a vítima e o suposto assassino.
Fonte: g1