Nos bastidores, o silêncio de Coutinho diz muito. Em política, quem se cala demais costuma estar articulando. E em Jardim, o que mais se ouve nas esquinas é que o prefeito tem se aproximado, discretamente, de figuras ligadas ao deputado Yury do Paredão (MDB) — um movimento que, se confirmado, colocaria em xeque sua fidelidade ao PT, o partido que lhe abriu as portas do poder.
A aproximação não é gratuita. Yury tem ampliado sua influência pelo Cariri e sabe que, em ano eleitoral, o apoio de prefeitos é moeda de valor alto. Coutinho, por sua vez, vive o dilema entre o pragmatismo político e a lealdade partidária. Seguir as ordens do PT pode significar perder espaço em Brasília; romper com o partido pode custar o mandato e a identidade política que o elegeu.
Dentro do PT, a insatisfação é crescente. Militantes mais antigos consideram a postura do prefeito uma “traição anunciada”, enquanto outros tentam justificar a aproximação como estratégia local. Mas o fato é que o partido tem regras claras: quem não seguir as orientações pode até ser expulso.
Nos corredores políticos, já se fala que o caso de Jardim pode ser um termômetro da crise de unidade no PT do Cariri. Afinal, quando um prefeito começa a flertar com o adversário, é sinal de que a base está rachando — e de que, mais uma vez, a velha máxima se confirma: na política, a fidelidade dura até o próximo acordo.
Por: Redação Caririensi