Nova ferramenta da Funceme passa a prever ondas de calor no Ceará

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) anunciou o lançamento de uma inovadora ferramenta de previsão de ondas de calor para o Estado do Ceará. Essa nova iniciativa científica visa fornecer informações cruciais sobre as áreas onde são esperados os mais altos picos de temperatura, auxiliando a população a se preparar para condições climáticas extremas.

Baseada nos valores de Temperatura Máxima do Ar, a ferramenta da Funceme identificará áreas com temperaturas acima da média climatológica, com duração mínima de 3 a 5 dias. A temperatura máxima média diária será determinada como o Parâmetro de Intensidade Diário (PID). Esta previsão de onda de calor será realizada diariamente, utilizando o modelo Global Forecast System (GFS), e será válida por um período de 6 dias.

Uma análise preliminar realizada pela Funceme utilizando essa nova ferramenta aponta para um aumento das temperaturas máximas no Ceará nos próximos 3 dias, especialmente na parte oeste do Estado. Essa tendência é atribuída à formação de uma extensa área de alta pressão nos altos níveis da atmosfera, que causa a descida do ar (subsidência) e aquecimento, impactando as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

É importante notar que o Ceará, principalmente nos meses de setembro, outubro e novembro, historicamente experimenta temperaturas máximas mais elevadas, com picos notáveis em outubro. Durante os primeiros 18 dias de setembro de 2023, as temperaturas máximas médias variaram entre 30ºC e 39ºC, superando em até 5 graus os valores climatológicos na região do Sertão Central, Inhamuns e no Maciço de Baturité.

Além disso, o fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, pode estar contribuindo para o aumento da temperatura do ar no Ceará. Essas águas mais quentes liberam energia para a atmosfera global, influenciando os extremos de temperatura. No Estado, o El Niño afeta principalmente a estação chuvosa, diminuindo a precipitação devido à subsidência do ar sobre o Nordeste, mas também pode elevar as temperaturas.