Imagem: Reprodução/ Correnteza Ceará
Por Sued Carvalho
Cotidianamente nas Universidades Públicas da região do Cariri encontramos jovens de blusas azuis, ora claras, ora mais escuras, organizando manifestações, rodas de conversas, palestras e mesas redondas. Nos protestos estudantis e, até mesmo, sindicais nas ruas de Juazeiro do Norte ou Crato os encontramos mais uma vez, os jovens de blusas azuladas, em um número notadamente maior a cada novo evento do tipo.
Quem são esses jovens? É o Movimento Correnteza. Mas o que é o Movimento Correnteza? Levi Rabelo, coordenador regional do movimento e também presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Cairi (UFCA), esclarece:
“Fruto da junção de diversos movimentos regionais, o Movimento Correnteza foi fundado em 2017, na Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Fortaleza. Surge como um coletivo estudantil universitário em oposição a atual gestão da entidade, buscando transformar a UNE em uma entidade presente no dia a dia dos estudantes brasileiros, que tenha como objetivo a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade.”.
O Movimento Correnteza surge, portanto, dentro da oposição a gestão atual da União Nacional dos Estudantes (UNE), visando tornar o movimento estudantil mais ativo, combativo e próximo dos discentes em seus problemas diários e, e função disso, está organizado em todo o Brasil, como acrescenta o Levi:
“O Correnteza atua em todo país, no Cariri, está presente em diversas universidades, sendo fundamental na fundação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFCA e na sua coordenação atual. Está na vanguarda das lutas na URCA, e também pela reconstrução do DCE da universidade, abandonado pelos movimentos que hoje dirigem a UNE.”.
Na citação usa-se a palavra vanguarda, isto é, ver além dos objetivos imediatos, ter uma perspectiva de construção de longo prazo. Que perspectiva é essa que o Movimento Correnteza carrega? Levi continua:
O movimento busca organizar cada vez mais estudantes em torno de uma perspectiva de superação do sistema capitalista, que é a causa central do sucateamento das universidades públicas, e a construção do socialismo.
O Movimento Correnteza, portanto, é um movimento socialista, tem uma perspectiva anticapitalista de construção de uma Universidade Popular. É de salutar importância o surgimento de movimentos assim, que não se percam no pragmatismo imediatista, que não se deixem levar pelas instáveis intempéries da complexa política de nosso país, que consiga ver um objetivo sólido através dos constantes ataques que a educação pública superior vem sofrendo nos últimos anos.
Jovens, vestidos de azul, não apenas defendendo a Universidade Pública, mas propondo um novo modelo de educação superior e de sociedade. Movimentos como o Correnteza, são especialmente importantes em nossos dias, onde se coloca diante de nós uma onda de pessimismo tecnocrata que beneficia apenas os grandes tubarões da educação.
Que a juventude ouse revolucionar, pensar novas alternativas, que areje o debate político com nossas ideias e possibilidades! O Movimento Correnteza tem demonstrado em sua luta que não estamos condenados a viver eternamente no fundo do poço neoliberal.
