Na semana em que a Meta, empresa de Mark Zuckerberg, anunciou mudanças nas políticas de combate à desinformação, o Brasil voltou a ser destaque negativo no cenário global. Segundo pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país lidera o ranking de nações mais suscetíveis a acreditar em fake news, com apenas 54% da população sendo capaz de distinguir notícias falsas.
O estudo, divulgado em junho de 2024, investigou a habilidade de 40.756 pessoas em 21 países para identificar diferentes tipos de desinformação. Enquanto países como Finlândia (66%) e Suécia se destacaram pela alta capacidade de análise crítica, o Brasil ficou na última posição. A pesquisa revelou que 57% dos brasileiros não conseguem identificar conteúdos satíricos ou sensacionalistas como falsos.
O cenário brasileiro tem sido especialmente fértil para a disseminação de desinformação, como demonstrado recentemente com a falsa notícia sobre um suposto imposto sobre transações via Pix. Propagada por lideranças políticas e amplificada nas redes sociais, a informação causou pânico entre a população e obrigou o governo a revogar uma norma da Receita Federal — mesmo após afirmar repetidamente que o Pix não seria taxado.
No Brasil, mais de 85% da população utiliza plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram como principal fonte de informação, contrastando com países como Alemanha e Japão, onde menos de 60% recorrem a essas mídias.
Os dados apontam para uma urgente necessidade de ampliar o letramento midiático no Brasil. A OCDE destaca que a baixa habilidade para identificar fake news está diretamente relacionada ao consumo desregulado de conteúdos online e à falta de educação digital.
Além disso, o estudo categorizou a desinformação em cinco tipos principais:
- Notícias falsas intencionais (desinformação);
- Erros factuais (sem intenção de enganar);
- Propaganda política;
- Conteúdos fora de contexto;
- Sátira.
Por: Redação Caririensi