Vereadores que foram afastados do cargo por suspeita de corrupção são candidatos a reeleição em Juazeiro do Norte

Dois vereadores em Juazeiro do Norte que foram afastados por suspeitas de corrupção estão se candidatando à reeleição em 2024 para permanecer na Câmara Municipal. Capitão Antônio Vieira Neto, atual presidente da Câmara, e Márcio André Lima de Meneses, conhecido como Márcio Joias, se envolveram em investigações de corrupção, uso indevido de recursos públicos e manutenção de empresas de fachada.

Capitão Vieira

Capitão Antônio Vieira Neto, que ocupou a presidência da Câmara em 2023, foi investigado pelo Ministério Público do Estado do Ceará por possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos. Entre os pontos está a compra de gêneros alimentícios, incluindo 1.200 kg de açúcar e 600 pacotes de café, num total de R$ 16.641,60, para suprir as necessidades da Casa Legislativa. O volume das aquisições levantou suspeitas, já que a quantidade de café comprada seria suficiente para preparar cerca de 120.000 xícaras, um número que chamou a atenção da população. As semelhanças com o “escândalo das vassouras” de 2013, onde a Câmara foi criticada por compras exorbitantes de materiais de limpeza, não passaram despercebidas.

Além das suspeitas em relação ao uso de recursos públicos, Capitão Vieira é acusado de manter cargos fantasmas na Câmara. Um caso específico envolve o Coordenador de Transportes, cargo pelo qual a Câmara pagou R$ 1.562,04 mensais, mesmo após o setor de transportes ter sido desativado em 2023. A situação levou o Ministério Público a recomendar a implantação de um sistema de controle de ponto eletrônico para todos os servidores da Casa, em uma tentativa de combater práticas irregulares.

Márcio Joias

Márcio Joias, outro candidato à reeleição, também enfrentou sérias acusações. Em 2022, ele foi alvo da “Operação Aurantium”, que investigou uma suposta empresa de fachada envolvida em um esquema de fraudes que teria desviado R$ 4 milhões dos cofres públicos de Juazeiro do Norte. A operação, realizada pela Polícia Civil, apurou que a empresa utilizava laranjas para ocultar o verdadeiro gestor, supostamente ligado ao vereador.

A Justiça do Ceará determinou o afastamento de Márcio Joias por 180 dias, proibindo sua entrada na Câmara e bloqueando seus acessos a sistemas internos. Apesar disso, ele permanece ativo politicamente e é candidato a reeleição.

 

Por: Redação Caririensi

Gostou da matéria, Compartilhe!

Scroll to Top