Crato e Juazeiro do Norte, duas das maiores cidades da região do Cariri no Ceará, estão entre as dez cidades brasileiras com o maior número de mortes violentas de pessoas LGBT+ em 2023. Ambas registraram três ocorrências cada, um número que as coloca à frente de capitais como Recife (PE) e Teresina (PI).
A população dessas cidades é menor do que a das capitais mencionadas: Recife tem uma população quase 12 vezes maior que a de Crato e cinco vezes maior que a de Juazeiro do Norte, enquanto Teresina é sete vezes mais populosa que Crato e três vezes mais que Juazeiro.
Além de Crato e Juazeiro do Norte, a cidade de Barbalha, também no Cariri, aparece na lista com uma morte violenta. Estes dados foram levantados pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil, que registrou um total de 230 falecimentos no país em 2023. Desses, 184 foram assassinatos, 18 suicídios e 28 por outras causas.
São Paulo lidera o ranking nacional com 11 mortes, seguido por Manaus com 8, Rio de Janeiro com 7 e Fortaleza com 6. Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Maceió e Salvador completam o “top 5” com cinco ocorrências cada. Os estados de São Paulo e Ceará são os mais violentos para a população LGBT+, com 27 e 24 mortes respectivamente.
O perfil das vítimas, segundo o observatório, majoritariamente inclui travestis e mulheres transexuais, com idades entre 20 e 29 anos, pretas ou pardas.
Em nota, o observatório ressalta que os números podem ser ainda maiores, uma vez que as estatísticas dependem do reconhecimento da identidade de gênero e da orientação sexual das vítimas pelos veículos de comunicação que reportam as mortes. A entidade destaca a falta de dados governamentais sobre o tema, o que dificulta a obtenção de um panorama completo e preciso.
Por: Redação Caririensi