Você já se deparou com aquela pequena ferida no rosto que, apesar de parecer insignificante, insiste em sangrar e não cicatrizar? Cuidado, pois isso pode ser um sinal de alerta para um problema mais sério: o carcinoma basocelular, o tipo mais comum de câncer de pele. Apesar de apresentar menor índice de mortalidade em comparação com outros tipos de câncer, o carcinoma basocelular pode deixar sequelas indesejadas se não for tratado precocemente.
De acordo com especialistas, como o dermatologista Andrey Malvestiti, do Hospital Israelita Albert Einstein, o carcinoma basocelular é mais comum em adultos com mais de 40 anos, especialmente naqueles que foram expostos ao sol de forma intensa durante a infância e adolescência, época em que os cuidados com a proteção solar eram menos difundidos.
“Somos de uma geração que foi chumbada pelo sol ao longo da vida, numa época em que pouco se falava sobre os efeitos danosos do sol para a pele e menos ainda sobre a importância do uso de protetor solar. Por isso é tão comum esse tipo de câncer”, alerta o dermatologista.
A principal característica do carcinoma basocelular é o crescimento lento e a tendência a sangrar facilmente. O sangramento contínuo é um sinal de alerta importante e geralmente leva as pessoas a procurarem ajuda médica. “Se uma feridinha na pele não cicatriza completamente em duas ou três semanas e sangra com facilidade, procure um médico. É muito raro um machucado que não cicatrize em um mês”, orienta Malvestiti.
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz do carcinoma basocelular. Durante uma consulta dermatológica, o médico pode identificar a lesão suspeita e realizar uma biópsia para confirmar o diagnóstico. Após a confirmação, o tratamento padrão ouro é cirúrgico, com o objetivo de remover completamente a lesão e prevenir recidivas.
“A boa notícia é que o carcinoma basocelular não dá metástase […] o que significa que ele não se espalha para outras partes do corpo. Porém ele não para de crescer. Se a pessoa não tirá-lo, ele pode aumentar e causar problemas funcionais”, explica o médico do Einstein.
Além do tratamento, a prevenção desempenha um papel crucial na redução do risco de desenvolver câncer de pele. Medidas simples, como o uso diário de protetor solar, evitar a exposição ao sol entre 10h e 14h, e utilizar roupas e acessórios que ofereçam proteção UV, podem ajudar a proteger a pele dos danos causados pelo sol.
Portanto, é essencial que as pessoas realizem visitas regulares ao dermatologista, mesmo na ausência de sintomas. “Na consulta, o ideal é que elas tirem a roupa para que o médico possa avaliar o corpo todo, incluindo as costas e as pernas. Pode ser que o paciente tenha um câncer e nem saiba simplesmente porque não consegue enxergá-lo”, conclui o médico.
Por: Redação Caririensi