Ministério Público do Ceará pede para 16 policiais militares irem ao Tribunal do Júri pela tragédia de Milages em 2018

O MPCE apresenta alegações finais acusando um grupo de Policiais Militares pelas mortes de reféns

Imagem: Reprodução/ Redes Sociais 
Cinco anos após a trágica tentativa de assalto a agências bancárias em Milagres que resultou na morte de 14 pessoas, o Ministério Público do Ceará (MPCE) está pedindo que 16 policiais militares sejam julgados no Tribunal do Júri. O processo, que investiga a responsabilidade dos PMs pelas mortes de reféns durante a operação, está em suas fases finais.
Segundo informações divulgadas pelo Diário do Nordeste, um grupo de seis promotores de Justiça assinou um documento em 7 de outubro, requerendo que os policiais sejam submetidos ao julgamento pelo júri popular. Agora, aguarda-se a apresentação das alegações finais da defesa e a decisão da Justiça sobre o caso.
O MPCE argumenta pela condenação dos réus, alegando que as investigações e imagens coletadas durante o processo indicam que os disparos ocorreram em um momento em que a situação já estava sob controle policial. Como exemplo, citam o momento em que a equipe liderada pelo Capitão José Azevedo, conhecido como Capitão Azevedo, disparou em direção a cinco reféns que buscavam abrigo atrás de um poste na calçada de uma agência bancária.
Os promotores também destacam que os projéteis retirados dos corpos de algumas das vítimas são de calibre 5.56×45, compatíveis exatamente com os fuzis utilizados pelos policiais militares.
Os réus
Os réus identificados pelo MPCE que devem ir a julgamento são: José Azevedo Costa Neto, Edson Nascimento Docarmo e Paulo Roberto Silva dos Anjos, todos eles policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), que são acusados de serem responsáveis pela morte dos reféns: Cícero Tenório dos Santos, Gustavo Tenório dos Santos, Claudineide Campos de Souza, João Batista Campos Magalhães e Vinícius de Souza Magalhães.
Além disso, os réus Leandro Vidal, Fabrício de Lima, Alex Rodrigues, Daciel Simplício, José Marcelo, João Paulo, José Anderson e Sérgio Almeida, todos eles ligados ao Comando Tático Rural (COTAR), são acusados de terem matado dois suspeitos de ataques a bancos. Georges Aubert e Abraão Sampaio, policiais militares do 2º Batalhão da Polícia Militar (2ºBPM), enfrentam acusações de fraude processual por terem alterado a cena dos homicídios, removendo os corpos das vítimas do local onde foram baleadas.
O caso
O caso que chocou a cidade de Milagres e o país ocorreu na madrugada de 7 de dezembro de 2018, quando 14 pessoas perderam a vida durante uma tentativa de assalto a agências bancárias na região. Seis dessas vítimas eram reféns, sendo cinco da mesma família, enquanto as outras oito eram suspeitos de ataques a bancos. Os reféns foram feitos prisioneiros por criminosos na rodovia federal BR-116.
Em uma operação desastrosa para frustrar a tentativa de assalto, a Polícia Militar acabou tirando a vida dos reféns. Segundo a denúncia do Ministério Público, mesmo quando a maioria dos criminosos havia sido abatida e outros tinham fugido, os policiais continuaram a disparar, atingindo as vítimas que tentavam se abrigar atrás de um poste.
Por: Redação Caririensi

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