O recorde foi batido duas vezes em apenas algumas horas
Na segunda-feira, 03, e na terça-feira, 04, soaram os alarmes de todo o mundo sobre as temperaturas médias do planeta que foi de 17,01 graus Celsius e 17,18 graus respectivamente. Os dados são dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos e representam um recorde absoluto de calor na superfície do planeta, que acaba de ser batido duas vezes seguidas no espaço de apenas algumas horas.
O antigo recorde havia sido de 16,92°C, em agosto de 2016. Alguns especialistas explicam os fatores por trás dessas alterações no clima. Para a paleoclimatologista Valérie Masson Delmotte, diretora de pesquisa da Comissão de Energia Alternativa e Energia Atômica do Senado francês, diz que a situação atual no início de julho de 2023 é excepcional. “Nós já tivemos o mês de junho mais quente de todos, um fenômeno que é marcado no Canadá por incêndios florestais severos, uma onda de calor sem precedentes no Atlântico Norte e uma redução da extensão da calota de gelo da Antártida, que ainda está sendo analisada”, cita.
A situação sem precedentes foi criada por influência humana sobre o clima que se intensificou, pela forma como as atividades alteram o equilíbrio energético da Terra, ao produzirmos gases de efeito de estufa. A região sul dos EUA têm sofrido com uma onda de calor que já dura duas semanas, com sensações térmicas acima dos 40°C. Ao menos 13 pessoas morreram no país, nos últimos dias devido às altas temperaturas.
Na China e no Canadá uma onda persistente de calor continua a afetar os países, com temperaturas acima dos 35°C. No norte da África, os termômetros têm chegado perto dos 50°C.
O fenômeno El Niño e mudança climática, são dois fatores que juntos, estão alterando as temperaturas no planeta de forma global, o El Niño mais especificamente na América Latina. E a previsão é que se mantenha durante todo o ano de 2023 e provavelmente de 2024. “Não há para onde fugir, no sentido de que as mudanças climáticas futuras dependem de nossas emissões de gases de efeito estufa daqui para frente”, alerta Delmotte.
Algumas semanas atrás foram registrados mais de 45 graus na Tailândia, quase 50 graus atualmente na Argélia e temperaturas acima de 40 graus na China. Também houve altas temperaturas na América do Sul, como Argentina, onde é inverno agora e mesmo assim há picos de mais de 30 graus.
Por: Redação Caririensi