Imagem: Reprodução/ Redes Sociais
O tabuleiro para a eleição de 2024 já começou a se movimentar, com alguns nomes já se colocando enquanto pré-candidatos ou sendo discutidos para ser alçados a esta condição ao mesmo tempo em que Gledson Bezêrra, atual prefeito do município, organiza a disputa pela reeleição. Para determinada parcela das organizações políticas de Juazeiro, no entanto, as opções que se apresentam são insuficientes.
Desde a eleição de 2020, diversas organizações constroem lutas pela reabertura do restaurante popular, passe livre estudantil, aumento das linhas de transporte público, valorização do serviço público municipal, etc. e consideram que é necessário um projeto político para Juazeiro ligado a estas pautas.
Partidos como a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), Partido Comunista Brasileiro (PCB), assim como tendências partidárias como a Revolução Socialista (PSOL), Fortalecer (PSOL) e o Coletivo Raízes Populares (PT) consideram que Juazeiro do Norte foi governada por tempo demais por interesses que não são os dos trabalhadores e trabalhadoras, mas sim de oligarquias tradicionais.
As organizações citadas no último parágrafo foram protagonistas de todas as grandes mobilizações vivenciadas nos últimos quatro anos em Juazeiro do Norte e, levando isso em conta, marcaram uma reunião para o feriado de corpus Christi, quinta 08/06/2023, para discutir uma oposição de esquerda unificada ao governo Gledson Bezêrra, assim como pensar os princípios de ação para as eleições do ano que vem.
A reunião ainda não aconteceu, mas em debates prévios já ficou definido que se busca uma unidade de independência de classe trabalhadora, baseado em uma agenda mínima popular que envolveria fortalecimento da gestão democrática da educação, organização da saúde pública municipal, melhoria do transporte público, multiplicação das iniciativas de combate à fome e aumento do investimento em cultura, entre outras questões.
Um nome para representar essa agenda mínima nas eleições do próximo ano ainda não foi discutido, apesar de Demontieux Fernandes (PSOL), ex-candidato à prefeitura de Juazeiro estar confirmado na reunião, assim como o Coletivo Raízes Populares ser próximo da também ex-candidata Íris Tavares (PT). O foco, no momento, é afinar uma oposição de esquerda unificada ao governo Glêdson.
Frentes de esquerda nas eleições municipais de Juazeiro do Norte não são novidade, no ano 2000 o PT e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) encabeçaram uma chapa, em 2012 o PSOL e o PSTU repetiram a unidade e, por fim, em 2016 o PSOL e o PCB concorreram juntos. Novos elementos são a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), partido legalizado em 2019 e a corrente interna do PT, o Coletivo Raízes Populares, ambos desejosos de fortalecer a luta de esquerda socialista no município.
Após o dia 08/06 teremos mais informações sobre a viabilidade acerca dessa oposição popular ao governo Gledson e, quem sabe, até mesmo o desenho de um nome para uma pré-candidatura que se adeque ao perfil esperado pelas organizações citadas neste texto.
Por: Sued Carvalho