Político afirma que tem conversas em andamento com MDB e União Brasil, desde que este não fique com ferreiragomista Chiquinho Feitosa. Deputado também não quer ser obrigado a apoiar nenhuma candidatura presidencial, pois seu eleitor vota em várias delas
Veterano da política cearense, o deputado estadual Heitor Férrer, atualmente no Solidariedade, está às voltas com a escolha de um novo partido para a disputa eleitoral de 2022. Permanecer no Solidariedade não é uma possibilidade, disse em entrevista ao O POVO nessa terça-feira, 4, porque calcula que ele e Aderlania Noronha (SD), também deputada estadual, teriam de totalizar, juntos, 90 mil votos para eleger somente um deles.
Férrer afirma que os partidos de esquerda e de centro estão no “colo dos Ferreira Gomes”, para onde jamais irá. Como destinos possíveis, cita o MDB de Eunício Oliveira e o União Brasil, cujo comando está entre Capitão Wagner (Pros) e Chiquinho Feitosa, suplente de Tasso Jereissati (PSDB) no Senado e aliado dos pedetistas Ciro e Cid Gomes.
O deputado respondeu que tem conversa aberta com Eunício, a quem define como “sempre muito afável” e por quem diz ter gratidão pelo apoio dado na disputa à Prefeitura de Fortaleza, em 2020, quando Walter Cavalcante (MDB) ocupou a vice na chapa dele. Se a direção partidária ficar com Feitosa, adianta, o União também vira carta fora do baralho.
Férrer define o Solidariedade como uma legenda “cartorial”. Em outras palavras, também dele, “não tem corpo, não tem como fazer uma disputa para deputado federal ou estadual.” E lamenta: “Não me sobrou partidos, não tem partidos no Ceará para mim. (…) Estou a conversar com meus botões e meus amigos para ver qual a agremiação que eu poderia ter uma identidade.”
Heitor está no quinto mandato na Assembleia Legislativa, com desejo de ir para o sexto. “Mas a situação partidária ainda está tão obscura que de repente algum partido pode me obrigar a uma candidatura a federal. Meu objetivo é estadual”, sublinha.
O médico-político esteve em almoço do União Brasil que ocorreu no início de dezembro, em um restaurante da área nobre de Fortaleza. Presidente do futuro partido, Luciano Bivar esteve lá. Assegurou que o comando ficará com Capitão Wagner. Já ACM Neto, secretário-geral do União, emite sinais favoráveis a Chiquinho Feitosa.
O parlamentar disse que foi convidado para o almoço por Wagner e a colega de Assembleia Legislativa, Fernanda Pessoa (PSDB). Opinou que o deputado federal que tentará ser governador do Ceará não deveria vincular o nome ao de Jair Bolsonaro (PL) e tratar unicamente das questões estaduais.
Férrer afirma que não vai a qualquer sigla na qual seja obrigado a apoiar alguma candidatura a presidente. Ele explica a razão. “Meu eleitor é completamente independente. Vota em Lula, Bolsonaro e em Moro.”
Fonte: O Povo