Sonhar com Libertadores até a última rodada foi marcante pela reação no returno, mas jogos finais mostram que elenco estava no seu limite na Série A
Foto: KID JUNIOR
É preciso valorizar a campanha que o Ceará fez na Série A do Brasileiro. Terminar a competição em 11º lugar com vaga na Sul-Americana e sonhar com Libertadores até a última rodada não é simples para um clube com orçamento e elenco limitados, apesar da tradição e força da torcida.
Sim, o elenco do Ceará tinha limites claros ao longo da competição e clubes com grupos de mais qualidade, como Bahia e Grêmio foram rebaixados, ou mesmo São Paulo, Inter e Athlético/PR ficaram atrás do Ceará.
É um sinal de superação de uma equipe que contou com a força de uma torcida fanática na reta para conquistar vitórias, mas que fora de casa não conseguiu se impôr contra ninguém, nem contra o Sub-20 do Palmeiras.
O primeiro tempo contra os garotos do Palmeiras foi assustador, para não dizer constrangedor, para um clube que sonhava com Libertadores. Na etapa final o Vovô melhorou, dominou o jogo, algo que era pra ser natural contra um time Sub-20, mas não conseguiu virar a partida, que no fim valeria só para terminar a Série A bem, já que a Libertadores não viria pelos resultados paralelos.
Não vencer nenhuma fora do Castelão – sua grande arma na competição – é um alerta para o ano que vem. Ser um visitante tão ruim pode não ser suficiente para algo a mais que a vaga na Sul-Americana ou mesmo a permanência na elite.
REFLEXÃO
O Vovô deu uma arrancada com Tiago Nunes, com grandes vitórias contra Fluminense, Cuiabá, Fortaleza – o 4 a 0 no Castelão foi marcante – e Corinthians fazendo a torcida sonhar com o G-8 e vaga na Libertadores, mas os três jogos finais, Flamengo (derrota no Maracanã), América/MG (empate no Castelão) e Palmeiras (derrota na Arena Barueri) merecem reflexão de um grupo que pareceu no limite.
O time titular do Ceará é competitivo, tem bons jogadores, mas a reposição era muito limitada, com a qualidade baixando nitidamente. As opções do elenco não são as ideais e isso precisa ser revisto para 2022.
Rever e qualificar o elenco é imperativo para que o Ceará não fique no “quase” em 2022. O ano não foi ruim, mas também não foi o esperado pela torcida. Perder as finais do Estadual, da Copa do Nordeste, ser eliminado na Sul-Americana na rodada final da 1ª Fase e da 3ª Fase da Copa do Brasil para o rival Fortaleza foram duros golpes, que foram contornados com a boa campanha na Série A após a chegada de Tiago Nunes. Mas o clube pode mais.
O Ceará pode disputar outra vez o título do Nordeste e ir bem na Sul-Americana, avançando de fase e buscar uma vaga na Libertadores via Brasileirão. Está provado que uma vaga na Libertadores é possível para o ano que vem, já que este ano, não era o objetivo, mas que ficou muito perto. Mas será preciso um elenco melhor.
Fonte: Diário do Nordeste