Foto: Cris Faga / Latincontent / Getty
Nesta quinta-feira (25) é lembrado o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. A data reforça a importância do cuidado às mulheres vítimas de violência – seja ela física, sexual, patrimonial, moral ou psicológica. Na Rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, acolhe mulheres que sofreram violência física. Além do HRC, o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, é referência para atendimento de vítimas de violência sexual.
No HRC, mulheres vítimas de agressões físicas buscam atendimento por meio da Emergência do hospital. Em 2020, foram 17 atendimentos a este público. Neste ano, até o dia 23 de novembro, já foram 24 casos, o que representa um aumento de 41%. O número é considerado alto, visto que as vítimas precisaram de atendimento médico hospitalar de emergência após as agressões.
O atendimento médico, muitas vezes, é o primeiro buscado pela vítima. Por isso, em alguns casos, as notificações e os encaminhamentos para as autoridades partem da unidade hospitalar. Os profissionais de saúde devem fazer a notificação compulsória de casos confirmados ou suspeitos de violência contra a mulher, mesmo que ela não queira seguir com a denúncia.
Há também os casos em que as vítimas não informam o que de fato ocorreu. Segundo Amanda Leite, coordenadora do Serviço Social do HRC, os trabalhadores de saúde têm um olhar sensível para reconhecer quando a lesão não é compatível com o relato da vítima e, nesses casos, é feita uma investigação por meio de entrevista para tentar descobrir se realmente a mulher sofreu agressão, mesmo que ela omita a informação.
A coordenadora, ainda, faz uma observação: “a violência contra a mulher muitas vezes é invisibilizada por estar atrelada a fatores culturais, principalmente aqui na nossa região, o que dificulta a denúncia e torna a mulher agredida ainda mais vulnerável”.
Por isso, a notificação compulsória, embasada por lei, é tão importante. Amanda Leite também destaca que o número de atendimentos na unidade preocupa, porque “nós temos 24 mulheres que precisaram de atendimento médico, mas nós não sabemos de fato quantas foram agredidas, quantas precisaram de atendimento e não tiveram, ou que continuam vivendo em um ambiente de violência”.
A coordenadora médica da Obstetrícia do HRN, Eveline Valeriano Moura Linhares, lembra que o atendimento à vítima de violência sexual precisa ser realizado o mais rápido possível. “Quem for vítima de violência sexual, deve procurar o atendimento o mais breve possível. Quando esse atendimento é feito em até 72 horas, alguns medicamentos podem ter um melhor potencial de ação, evitando uma gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis”, avalia a obstetra.
Fonte: Site Badalo