Enem tem primeiro dia de aplicação na edição de 2021

 Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 começou a ser aplicado neste domingo (21) em todo o país nas modalidades impressa e digital. Tanto as provas quanto o tema da redação serão iguais nas duas versões. Ao todo, inscreveram-se para realizar a prova 3,1 milhões de candidatos em mais 1,7 mil municípios.

No primeiro dia, os candidatos responderam a questões objetivas de linguagens e ciências humanas, além de fazer a única prova subjetiva da avaliação, a redação. O Enem segue no próximo domingo (28), quando os candidatos farão as provas de matemática e ciências da natureza. Além disso, assim como a edição de 2020, o exame 2021 está funcionando com regras especiais por conta da pandemia: o uso de máscara facial é obrigatório nos locais de aplicação e participantes que estejam com covid-19 ou com outras doenças infectocontagiosas não devem comparecer ao exame e podem solicitar a reaplicação. O descumprimento das regras poderá levar à eliminação do candidato.
O Enem seleciona estudantes para vagas do ensino superior públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.
A edição deste ano recebeu o menor número de inscrições dos últimos 14 anos. A prova, que já teve mais de 8,7 milhões de inscritos, teve em 2021 apenas 3,1 milhões. É também a edição com a menor proporção de inscritos pretos, pardos e indígenas dos últimos dez anos.
Redação
‘Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil’ é o tema da redação do Enem 2021. O tema foi divulgado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, nas redes sociais pouco após o início da aplicação da prova, às 13h50 deste domingo. No ano passado, o tema havia sido “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.
O tema foi elogiado por educadores. Para eles, é positivo que, mesmo com as denúncias de interferência, a prova mantenha o padrão de abordar questões sobre direitos humanos. Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, diz ser satisfatório que a redação proponha esse tipo de discussão. “É um tema bastante pertinente já que muitas pessoas no país ainda não conseguem ter acesso a registro civil, um direito tão básico, mas que não é garantido a todos. É uma excelente discussão para ser proposta à juventude do Brasil.”
Crise
A prova acontece em meio a uma crise histórica no Inep, órgão responsável pelo Enem, após denúncia de falhas e de interferências no conteúdo do exame. Nos últimos dias, o instituto sofreu uma debandada de servidores, com 37 pedidos de demissão de pessoas que ocupavam postos-chave. Os servidores denunciam que teriam sofrido assédio moral para suprimir perguntas com temas considerados inadequados pela gestão do órgão.
Conforme informação da Folha de S.Paulo, o próprio presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, para que houvesse questões que tratassem o Golpe Militar de 1964 como uma revolução. Além das denúncias de interferência ideológica, os documentos mostram uma série de falhas da gestão do órgão para garantir a segurança da prova.
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para investigar as supostas irregularidades na organização do Enem. A Defensoria Pública da União (DPU) também entrou com ação na Justiça Federal solicitando que o Inep comprove ter tomado todas as providências para que a prova ocorra sem vazamentos ou fraudes. A crise deflagrada no Inep também levou entidades educacionais a entrarem com ação judicial pedindo o afastamento de Danilo Dupas da presidência do Inep. (Com informações da Agência Brasil)

Fonte: O Estado

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